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“Essa ciranda não é minha só, ela é de todos nós, ela é de todos nós...”

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O Centro Acadêmico de Filosofia da Uece-Gestão PRÁXIS- objetiva mobilizar os estudantes de filosofia em torno das questões politicas, culturais e acadêmicas que fazem parte não apenas do nosso curso, como também de nossa universidade e de nossa sociedade. Acreditamos na luta por uma universidade pública, autônoma, gratuita e de qualidade e sabemos que essa luta só é possivel com a participação de todas e todos tanto nos debates como nas construções efetivas que possibilitam uma intervenção e uma mudança concreta em nossa universidade. *Reivindicamos democracia em todos os espaços da Universidade! *Reivindicamos uma Politica séria de Assistência Estudantil. *Valorização das atividades Culturais e Esportivas!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

INFORME SOBRE O IV CONGRESSO DA ABEF (COBREFIL)



IV Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia – COBREFIL

Para Além dos Muros da Universidade: Caminhos da emancipação popular

Ocorrido de 19 a 26 de julho de 2009.

Local: UNIFESP – Guarulhos/SP.

A ABEF (Associação Brasileira dos Estudantes de Filosofia) é a entidade representativa dos estudantes de filosofia em nível de graduação do Brasil, e tem como fim articular o movimento estudantil de filosofia, congregando os estudantes em torno das discussões e ações sobre a intervenção filosófica para transformação social, bem como discutir a filosofia no campo do ensino, pesquisa e extensão universitária, questionando o papel da universidade nessa transformação.

O congresso da ABEF é um órgão deliberativo que ocorre anualmente, preferencialmente no mês de julho, onde os estudantes se reúnem para discutir as questões concernentes aos fins e objetivos da entidade, atualizar a plataforma política, aprovar moções e eleger a Coordenação Nacional e Conselho Fiscal.

Estiveram presentes durante o IV Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia estudantes das seguintes universidades: PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas/SP), UCSAL (Universidade Católica de Salvador), UECE (Universidade Estadual do Ceará), UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), UFPA (Universidade Federal do Pará), USP (Universidade de São Paulo) e UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). Onde ocorreu a eleição para nova gestão da Coordenação Nacional, ficando em sua composição os estudantes Ítalo (UECE), Lívia (UFPA), Marcelle (UNIFESP), Marcos (UEPA), Mariane(UNIFESP), Noeli (UNIFESP) e Orlando (USP) e para o conselho Fiscal os estudantes Antonio David (USP), Assunção (UECE) e Vinicius (PUC-Campinas).

Durante o Congresso ocorreu também o debate e a atualização da Plataforma Política e do Plano Nacional de Formação. Ambos são documentos de grande importância política, pois estes tem o sentido de mostrar o caráter da entidade e garantir que as lutas locais perpassem o que a própria associação reivindica, através da construção coletiva, assim, estaremos contribuindo para transformar o próprio estudo da filosofia, hoje profundamente técnico e acadêmico, na perspectiva de fazer da filosofia um instrumento de exercício de critica social, capaz de desmascarar os discursos que velam a realidade para justificar as opressões sociais e a ordem estabelecida. Tais documentos seguirão em anexo.

Após deliberação do III Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia (COBREFIL), ocorrido na UEPB em Campina Grande, o IV COBREFIL, realizado na UNIFESP em Guarulhos, teve como um de seus objetivos centrais debater e formular sobre o modelo educacional vigente, tendo como horizonte a construção de um outro modelo educacional que tenha em vista a emancipação popular.

Apresentação do IV COBREFIL: Momento inicial em que há breve apresentação do evento, bem como informações importantes acerca da estrutura, programação e metodologia do evento.

Assembléia Geral: Atualizar a plataforma política da ABEF, aprovar moções, eleger a Coordenação Nacional e o Conselho Fiscal, bem como decidir sobre denuncias de faltas disciplinares quando houver necessidade.

Mesa de Abertura: Participação dos movimentos e entidades parceiras da ABEF na realização do IV COBREFIL. Será uma coletânea das diversas atuações dos Movimentos Sociais em todo o Brasil na luta por um Brasil justo e igualitário, entre os quais podemos citar Via Campesina, ANDES, Pastoral Carcerária, ABGLT, Movimento Negro, Marcha Mundial das Mulheres.

Mística de Abertura e encerramento: Momento de sensibilização e convocação para a construção e execução das atividades do Congresso por todos os participantes, dando-lhes responsabilidade frente ao Brasil que temos e ao Brasil que queremos, sob a ótica político-filosófico.

Painéis: Com diversas temáticas, este será um momento reservado ao aprofundamento do tema, seguido de discussões, reflexões e debates. Para isto, teremos palestrantes que num tempo aproximado de uma hora contextualizará o tema e facilitarão a discussão.

Grupos de Discussão: Estes espaços têm um papel importante de aprofundar o debate sobre alguns eixos, que estão diretamente relacionados com o objetivo geral do Congresso. Cada GD terá um facilitador que mediará à discussão no grupo. As metodologias utilizadas pelo facilitador podem ser inúmeras, o importante é que a discussão será registrada numa relatoria [sintetização das falações] para que as idéias não se percam e sirvam de subsidio para a Plenária Final.

Cultural: Momento destinado ao cultivo, a socialização, a reflexão sobre expressões culturais diversas e a valorização da cultura dos envolvidos no processo educativo e de resgate da cultura popular.

Troca de Experiências: Esse é o momento para avaliarmos e (re)pensarmos a organização do Movimento Estudantil de Filosofia! Após uma explanação sobre a conjuntura atual da ABEF, a idéia é proporcionar um momento inicial para que cada regional avaliem o movimento localmente e, depois, essa discussão seja ampliada para o nível nacional. O resultado de toda essa discussão poderá ser levado para apreciação na Plenária Final.

Repasse do Plano Nacional de Formação, Oficina fanzine, Oficina Agitação e Propaganda e Feira Cultural: São atividades relacionadas ao Movimento Estudantil de Filosofia e terá sua metodologia sob a responsabilidade da Executiva Nacional (ABEF).

PNEB de Planejamento: Importante momento onde haverá a deliberação do Regimento Interno (programação, local), convocatória do próximo Congresso.

SOBRE EIXO DE DEBATE DO IV COBREFIL:

Na medida em que entendemos que o sistema educacional pode se apresentar como um meio de transformações sociais, a idéia do IV COBREFIL foi apresentar uma crítica ao modelo empresarial de educação, mostrar que na escola é possível formar outra concepção ideológica, antagônica à vigente, como elemento na construção de uma sociedade alternativa a capitalista. Durante este Congresso a iniciativa de abordarmos um tema de tal profundidade vem no sentido de mostrar que a escola será apresentada como meio de “preparar” o individuo para o mercado de trabalho por intermédio de uma grade curricular voltada para a formação de mão-de-obra. A escola serve também como forma massiva de reproduzir a ideologia dominante nos moldes burocráticos empresariais, tendo sido impregnada, através da apropriação feita pelo capital, da idéia de concorrência, rankiamento e outras esquematizações que são natas de uma empresa nos moldes capitalistas. Entendemos que a educação na sua feição capitalista atual não é suficiente para fundamentar a emancipação do trabalhador, uma vez que a educação deve servir como um meio de formar um individuo crítico, não só dentro do espaço da escola, mas também no trabalho que este irá exercer. A educação deve servir para que o trabalhador se questione sobre a forma alienante do trabalho hoje instaurado e não para adaptá-lo ao sistema.

A escola, então, tem o papel de formar uma futura mercadoria humana que irá gerenciar a mercadoria mecânica, a maquinaria. Dessa forma, a escola não cumpre sua função social pelo fato de servir apenas como meio de geração de mais valor e de perpetuação das injustiças sociais. A escola como um espaço cotidiano de reprodução do sistema ideológico, a educação como mais uma forma de obtenção de lucro do capital privado, como mais uma forma de geração de mais-valia, como mais um espaço onde as desigualdades sociais se explicitam. Enfim, a escola esta inclusa em uma sociedade desigual e injusta, logo, a escola tende a apenas ser um reflexo da própria sociedade e do modelo de desenvolvimento que esta está inserida.

Educação como um meio de transformação da realidade e não como forma de se adaptar a ela. Esta é a premissa que devemos ter como ponto de partida para não só entender o modelo educacional que hoje vigora, mas também para assim refletirmos que modelo educacional reivindicamos.

A educação deve sim servir para um acúmulo de conhecimento para que o homem possa desenvolver uma determinada função no mercado de trabalho, mas que além de desenvolvê-la ele possa questioná-la, questionar a forma alienante de trabalhado que hoje existe. Mais que uma mera formação, a educação deveria se propor a ser elemento de transformação desta forma de trabalho, tendo um caráter de formação crítica e não um caráter de adaptação ou de adestramento do homem pelo próprio homem. A educação simplesmente formativa evita questionamentos sobre a realidade e o atual modelo sócio-econômico, perde cada vez mais a capacidade de se indignar e se molda a realidade. São estes os fatores que a educação tem que jogar contra. A transformação deve ser um dos papeis da educação, se propondo a ser uma ferramenta de mudança da realidade.

O fato é que a educação nos moldes capitalistas nunca terá este objetivo de transformação da realidade econômica e social, a educação nos moldes capitalistas tem como função difundir sua ideologia se legitimar e se contrapor a qualquer tipo de educação que se colocar num caminho contrário a este.

No entanto, pensar que a educação como um fim nela mesmo também é um erro. Devemos pensar a educação como um meio de transformação da realidade, a educação com outros parâmetros, parâmetros antagônicos ao vigente, onde possamos ter um real desenvolvimento do pensamento crítico, onde possamos questionar que tipo de trabalho hoje desempenhamos e propormos que tipo de trabalho queremos desempenhar, uma educação que se coloque a questionar a exploração do homem pelo homem e que se volte para as transformações sociais.


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